Music & Readings

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sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Porque tudo se torna efêmero...




O dia de ontem foi ontem... quantos amanhãs serão hoje? Quantos hoje serão novamente ontem?
Os dias são responsáveis por trazerem em si a desagregação de sentido das coisas...
tudo aquilo que parece ter sentido, parece não mais...
as prioridades tendem a mudar... e mudam...
é tudo meio confuso sim, mas sei que um dia hão de convergir.
só que seria de muito bom grado se não mais tardasse.
A espera é agoniante, mas necessária.
No mais tardar, tudo é fato novamente...
Tomara que favoravelmente, obviamente...
Só porque o ontem me pareceu mais agradável... o hoje, só tem cara de hoje...
lânguido, mas ainda um novo desafio... outra jornada... outros movimentos...
ainda não me acostumei à falta de objetividade do tempo... tudo muito transitório, incerto e confuso... provisório.
Uma só certeza reafimaria muita coisa a apaziguar...
Contudo, só resta aguardar,
em vão... quem sabe?

domingo, 21 de fevereiro de 2010

Considerações




E se eu tivesse paciência para o jogo do amor?
E se eu pudesse tocar o céu para descobrir que ele é real?
E se Marte fosse na esquina da minha casa?
E se a lua fosse um presente para mim, brilhando pelo céu?
E se eu sentisse dor mas nem me importasse?
E se o prazer fosse eterno, me excitando a cada segundo do meu dia?
E se as pessoas fossem confiáveis?
E se não houvessem corações partidos?
E se fosse fácil ter o coração partido?
E se o "pra sempre" não fosse apenas um sonho?
E se os sonhos durassem para sempre?
E se o sol pudesse sempre conservar o entardecer no céu?
E se os amanheceres sussurrassem sua cantiga em nossos ouvidos?
E se as noites pudessem nos envolver a todos em braços aconchegantes?
E se as palavras fossem desnecessárias, e os gestos fossem transformados em idioma?
E se respostas fossem soluções?
E se soluções não fossem pensadas, mas vividas?
E se a tristeza fosse minha amiga e não me fizesse sofrer tanto?
E se a solidão fosse uma boa companhia?
E se as companhias pudessem realmente significar união?
E se a confiança fosse capaz de vencer as dúvidas?
E se os sentimentos, ao invés de serem invisíveis, fossem tocáveis?
E se o poder fosse só a energia que nos move adiante?
E se nós pudéssemos aprender coisas boas com coisas boas?
E se eu pudesse mudar o mundo?
E se promessas fossem alianças?
E se o outrora representasse tanto quanto o agora?
E se as estrelas fossem olhos nos observando lá do alto?
E se a morte fosse só outro caminho a ser seguido?
E se eu soubesse como é ser livre?
E se, às vezes, uma única lágrima não significasse um oceano inteiro?
E se eu consumisse o tempo em vez do contrário?
E se um segundo não fosse relativo?
E se os anos não passassem?
E se a distância fosse um estado, ao invés de uma medida que nós mantém separados?
E se você pudesse ver o mundo com os meus olhos?
E se os seus olhos vigiassem o mundo?
E se a sua visão atingisse o infinito?
E se a vingança não fosse tão prazerosa?
E se você pudesse acrescentar um "se" nesta lista?
E se eu pudesse me fazer entender?
E se eu soubesse isto tudo?
E se os meus "se" tivessem respostas?

Se ao menos eu pudesse terminar esta lista, os "se" seriam coisas certas, mas... eu me questionaria novamente?

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

Procura-se um amigo...


Não precisa ser homem, basta ser humano, basta ter sentimentos, basta ter coração. Precisa saber falar e calar, sobretudo saber ouvir. Tem que gostar de poesia, de madrugada, de pássaro, de sol, da lua, do canto, dos ventos e das canções da brisa. Deve ter amor, um grande amor por alguém, ou então sentir falta de não ter esse amor.. Deve amar o próximo e respeitar a dor que os passantes levam consigo. Deve guardar segredo sem se sacrificar.

Não é preciso que seja de primeira mão, nem é imprescindível que seja de segunda mão. Pode já ter sido enganado, pois todos os amigos são enganados. Não é preciso que seja puro, nem que seja todo impuro, mas não deve ser vulgar. Deve ter um ideal e medo de perdê-lo e, no caso de assim não ser, deve sentir o grande vácuo que isso deixa. Tem que ter ressonâncias humanas, seu principal objetivo deve ser o de amigo. Deve sentir pena das pessoa tristes e compreender o imenso vazio dos solitários. Deve gostar de crianças e lastimar as que não puderam nascer.

Procura-se um amigo para gostar dos mesmos gostos, que se comova, quando chamado de amigo. Que saiba conversar de coisas simples, de orvalhos, de grandes chuvas e das recordações de infância. Precisa-se de um amigo para não se enlouquecer, para contar o que se viu de belo e triste durante o dia, dos anseios e das realizações, dos sonhos e da realidade. Deve gostar de ruas desertas, de poças de água e de caminhos molhados, de beira de estrada, de mato depois da chuva, de se deitar no capim.

Precisa-se de um amigo que diga que vale a pena viver, não porque a vida é bela, mas porque já se tem um amigo. Precisa-se de um amigo para se parar de chorar. Para não se viver debruçado no passado em busca de memórias perdidas. Que nos bata nos ombros sorrindo ou chorando, mas que nos chame de amigo, para ter-se a consciência de que ainda se vive.


Vinicius de Moraes

P.s-Amigo, uma “espécie” em vias de extinção…

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

Last time by moonlight (Enya) - letra e tradução



The winter sky above us
O céu de inverno acima de nós
was shining
brilhava
in moonlight,
a luz da lua
And everywhere around us
e tudo a nossa volta
the silence
no silêncio
of midnight.
da meia noite

And we had gathered snowflakes;
E nós tinhamos colhido flocos de neve
remember
lembra-se
the soft light
da luz suave
of starlight on snow.
do brilho das estrelas na neve?

Oooh, remember this,
Oooh, lembre-se disto,
for no-one knows
pois ninguém sabe
the way love goes.
o rumo que o amor segue
Oooh, remember this,
Oooh, lembre-se disto,
for no-one knows
pois ninguém sabe
the way life goes.
o rumo que a vida segue

We walked the road together
Andamos juntos pela estrada
one last time
uma última vez,
by moonlight,
a luz da lua
as underneath the heavens
enquanto, abaixo do céu
the slow chimes
o lento som dos sinos
at midnight,
à meia-noite
but nothing is forever
mas nada dura para sempre
not even
nem sequer
the starlight
a luz das estrelas
at midnight
à meia-noite
not even
nem mesmo
the moonlight...
o luar...

Oooh, remember this,
Oooh, lembre-se disto,
for no-one knows
pois ninguém sabe
the way love goes.
o rumo que o amor segue
Oooh, remember this,
Oooh, lembre-se disto,
for no-one knows
pois ninguém sabe
the way life goes.
o rumo que a vida segue

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Telling Stories (Tracy Chapman) letra e tradução



There is fiction in the space between
Há ficção nos espaços entre
The lines on your page of memories
as linhas na sua página de memórias
Write it down but it doesn't mean
Escreva-as, mas isto não significa
You're not just telling stories
Que você não esteja apenas contanto estórias

There is fiction in the space between
Há ficção nos espaços entre
You and reality
você e a realidade
You will do and say anything
Você fará e dirá tudo
To make your everyday life
pra fazer o seu dia-a-dia
Seem less mundane
parecer menos mundano
There is fiction in the space between
Há ficção nos espaços entre
You and me
você e eu

There's a science fiction in the space between
Há uma uma ficção científica nos espaços entre
You and me
eu e você
A fabrication of a grand scheme
uma manipulação de um grande esquema
Where I am the scary monster
onde eu sou um monstro assustador
I eat the city and as I leave the scene
Eu devoro a cidade enquanto saio de cena
In my spaceship I am laughing
Em minha espaçonave estou rindo
In your remembrance of your bad dream
Em sua lembrança de um sonho ruim
There's no one but you standing
não há ninguém lá além de você

Leave the pity and the blame
Deixe a pena e a culpa
For the ones who do not speak
para aqueles que não falam
You write the words to get respect and compassion
Você escreve as palavras para ganhar respeito e compaixão
And for posterity
e para posteridade
You write the words and make believe
Você escreve as palavras e faz de conta
There is truth in the space between
que há verdade nas entrelinhas

There is fiction in the space between
Há ficção nos espaços entre
You and everybody você e todo mundo
Give us all what we need
Nos dê tudo o que precisamos
Give us one more sad sordid story
Nos dê mais uma triste e sordida estória
But in the fiction of the space between
Mas na ficção das entrelinhas
Sometimes a lie is the best thing
às vezes uma mentira é a melhor coisa
Sometimes a lie is the best thing

às vezes uma mentira é a melhor coisa

quinta-feira, 11 de fevereiro de 2010

What If





What if I had patience to play the game of love?
What if I could touch the sky to find out it's real?
What if Mars was on the corner of my house?
What if the moon was a gift to me, shining through the night?
What if I felt pain but cared nothing about it?
What if pleasure was for good, exciting me every second of my day?
What if people were trustworth?
What if there were no heartbreaks?
What if heartbreaks were easy?
What if forever was not a dream?
What if dreams lasted forever?
What if the sun could always dusk the sky?
What if dawns whispered their song to our ears?
What if nights could embrace us all in sheltering arms?
What if words were unecessary, and gestures were made into a language?
What if answers were the solution?
What if solutions were not thought up but lived?
What if sadness was my friend, and didn't make me suffer that much?
What if loneliness was a good company?
What if companies could really mean togetherness?
What if confidence was up to struggle with doubts?
What if feelings instead of being invisible, were touchable?
What if power was only the energy to move us on?
What if we could learn good things from good things?
What if I could change the world?
What if promisses were alliances?
What if then represented as much as now?
What if stars were eyes whatching over us?
What if death was only another way to be followed?
What if I knew how it feels to be free?
What if sometimes one single tear didn't mea an ocean?
What if I consumed time instead?
What if one second was not relative?
What if years didn't go by?
What if distance was a state instead of a measure that keep us apart?
What if you could see the world with my eyes?
What if your eyes watched the world?
What if your view reached the infinite?
What if revenge wasn't so delightful?
What if you could add one "if" to this list?
What if I could make myself understood?
What if I really do know it all?
What if "my ifs" could have answers?

If I could only finish this list, "ifs" would be sure things
but... would I ever question myself again?

If You Knew (Nina Simone) - letra e tradução



If you knew how I missed you
Se você soubesse como eu sinti sua falta
You would not stay away today
não ficaria longe de mim hoje
Don't you know how I love you
Você não sabe o quanto eu te amo?
Stay here my dear with me
Fique aqui, meu bem, comigo

I can't go on without you
Eu não posso prosseguir sem você
Your love is all I'm living for
seu amor é a unica coisa para a qual eu vivo
I love all things about you
eu adoro tudo em você
Your heart your soul my love
seu coração, sua alma, meu amor

I need you here beside me
Preciso de você, aqui do meu lado
Forever and a day a day
para sempre e mais um dia
I know whatever betides me
e sei que o que quer que me aconteça
I love you
eu te amo
My love
Meu amor
I do
Te amo

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Todo es cuestión de carácter


Vigila tus piensamientos,
ya que se convierten en palabras.

Vigila tus palavras,
ya que se convierten en acciones.

Vigila tus acciones,
ya que se convierten en hábitos.

Vigila tus hábitos,
ya que se convierten en tu carácter.

Vigila tu carácter,
ya que se convierte en tu destino.


Frank Outlaw

Eu pedi...


Eu pedi força…
E Deus me deu dificuldades para me fazer forte
Eu pedi sabedoria…
E Deus me deu problemas para resolver
Eu pedi prosperidade…
E Deus me deu cérebro e músculos para trabalhar
Eu pedi coragem…
E Deus me deu obstáculos para superar
Eu pedi amor…
E Deus me deu pessoas com problemas para ajudar
Eu pedi favores…
E Deus me deu oportunidades
Não recebi nada do que queria
Mas recebi tudo de que precisava
Minha prece foi atendida

Monólogo das mãos




de Ghiaroni

Para que servem as mãos?
As mãos servem para pedir, prometer, chamar, conceder,
ameaçar, suplicar, exigir, acariciar, recusar, interrogar, admirar,
confessar, calcular, comandar, injuriar, incitar, teimar, encorajar,
acusar, condenar, absolver, perdoar, desprezar, desafiar, aplaudir,
reger, benzer, humilhar, reconciliar, exaltar, construir, trabalhar, escrever……
As mãos de Maria Antonieta, ao receber o beijo de Mirabeau,
salvou o trono da França e apagou a auréola do famoso revolucionário;
Múcio Cévola queimou a mão que, por engano não
matou Porcena;
foi com as mãos que Jesus amparou Madalena;
com as mãos David agitou a funda que matou Golias;
as mãos dos Césares romanos decidiam a sorte dos
gladiadores vencidos na arena;
Pilatos lavou as mãos para limpar a consciência;
os anti-semitas marcavam a porta dos judeus com as mãos
vermelhas como signo de morte!
Foi com as mãos que Judas pôs ao pescoço o laço que os
outros Judas não encontram.
A mão serve para o herói empunhar a espada e
o carrasco, a corda; o operário construir e o burguês destruir;
o bom amparar e o justo punir; o amante acariciar e o ladrão roubar;
o honesto trabalhar e o viciado jogar.
Com as mãos atira-se um beijo ou uma pedra, uma flor
ou uma granada, uma esmola ou uma bomba!
Com as mãos o agricultor semeia e o anarquista incendeia!
As mãos fazem os salva-vidas e os canhões; os remédios
e os venenos; os bálsamos e os instrumentos de tortura,
a arma que fere e o bisturi que salva.
Com as mãos tapamos os olhos para não ver, e com elas
protegemos a vista para ver melhor.
Os olhos dos cegos são as mãos.
As mãos na agulheta do submarino levam o homem
para o fundo como os peixes; no volante da aeronave
atiram-nos para as alturas como os pássaros.
O autor do “Homo Rebus” lembra que a mão foi o primeiro
prato para o alimento e o primeiro copo para a bebida;
a primeira almofada para repousar a cabeça,
a primeira arma e a primeira linguagem.
Esfregando dois ramos, conseguiram-se as chamas.
A mão aberta,acariciando, mostra a bondade; fechada
e levantada mostra a força e o poder; empunha a espada
a pena e a cruz!
Modela os mármores e os bronzes; da cor às telas
e concretiza os sonhos do pensamento e da fantasia
nas formas eternas da beleza.
Humilde e poderosa no trabalho, cria a riqueza;
doce e piedosa nos afetos medica as chagas, conforta
os aflitos e protege os fracos.
O aperto de duas mãos pode ser a mais sincera confissão
de amor, o melhor pacto de amizade ou um juramento
de felicidade.
O noivo para casar-se pede a mão de sua amada;
Jesus abençoava com a s mãos;
as mães protegem os filhos cobrindo-lhes com as
mãos as cabeças inocentes.
Nas despedidas, a gente parte, mas a mão fica,
ainda por muito tempo agitando o lenço no ar.
Com as mãos limpamos as nossas lágrimas e as lágrimas alheias.
E nos dois extremos da vida, quando abrimos os olhos para o mundo e quando os fechamos para sempre ainda as mãos prevalecem.
Quando nascemos, para nos levar a carícia do primeiro beijo, são as mãos maternas que nos seguram o corpo pequenino.
E no fim da vida, quando os olhos fecham e o coração pára, o corpo gela e os sentidos desaparecem, são as mãos, ainda brancas de cera que continuam na morte as funções da vida.
E as mãos dos amigos nos conduzem…
E as mãos dos coveiros nos enterram!

O músico



Hoje eu me sinto meio deprimido, meio "down"... o mais interessante nesta história é que, por vezes já me perguntei o por quê... e por vezes a resposta é: eu não sei! Algo que nem sei bem o que é, me deixou meio contemplativo... mais observador que de costume! As coisas parecem chamar mais a minha atenção. Estranho ou não, fui levado a escrever isto. Não tive o intúito de me dissertar... mas somente de dividir o "algo" que me arrebata...

Neste exato momento eu escrevo dentro do trem, rumo à minha casa... vazia. Mas algo me chamou a atenção antes de estar aqui: o músico. Ao descer as escadas de acesso ao metrô, me deparei com uma situação que não era nova para mim: o músico... o saxofonista. Sabe aquelas cenas de filme americano nas quais você vê um músico tocando por centavos? Pois é! Era isso. Eu no metrô e ele alí: sentadinho tocando com cara de satisfação. Até parece que ele fazia parte daquele cenário desde muito tempo.

O engraçado nisto é que ele estava tocando "Dying Young" do Kenny G. Uma música linda... muito tocante... Curioso eu perceber isso, porque ele parecia tocar um arranjo desarranjado... algo do tipo: "eu não ensaiei" ou "eu prefiro a minha própria versão". Só consegui descobrir a música porque a parte mais arrebatadora da melodia sem letra é inesquecível para mim. (Ouça e você vai me entender...)

O fato é: fiz algo que surpreendeu a mim mesmo. Ao lado do músico - um senhor já de cabeça branca, pouca estatura e, acredite no que eu digo, de uma determinação incrível apesar dos aparentes sessenta e alguns anos - estava a caixa do seu instrumento... próxima a ela, uma placa cujos dizeres tratavam de sua arte. Não me recordo, com franqueza, do que havia escrito alí, mesmo por que eu passei com certa pressa... mas isto não vem ao caso. Enfim... a maleta também me chamou a atençaõ. Estava lá com no máximo uns poucos trocados. Sei lá; talvez oito reais. E eu... eu contribui com mais um. Sei que parece ser algo ínfimo e de fato foi.

Digo o por quê: um simples músico, com uma música simples e mal arranjada me chamou a atenção. Algo que normalmente nunca ocorre, modificou meu percurso para uma ação aparentemente simples, como deixar um mísero real na maleta, mas com muito significado... Talvez por que devia ter sido assim... talvez por que a contemplação me levou a essa conclusão... ou talvez por que foi tão óbvio que mereceu reflexão.

Eu deixei alí a minha contribuição. Eu deixei alí um pouco do meu esforço. Eu deixei alí uma parte da minha determinação... Determinação! Esta é a palavra: Esta foi a força que me levou a contribuir com aquele senhor! Seria isso possível de ser traduzido em "pena" ou, meramente, "compaixão"? Não mesmo!

O que eu quero dizer é que, mesmo tocando de maneira não atraente aos ouvidos, aquele senhor mereceu uma parte da minha determinação. Por que? Porque ele me fez acreditar na determinação dele. A sua forma de tocar não chamou a minha atenção... Mas a sua devoção àquilo que estava fazendo, sim! Ele acreditava na sua própria arte como forma de, através dela, obter seu sustento. Ainda assim, parece que tudo isto é bobeira ou, simplesmente, devaneio... mas foi a minha essência gritando para mim num momento de desespero para que eu me "acredite", para que eu me dê "crédito"... mesmo que esse crédito seja ínfimo... mas ele é necessário.

A verdade é que, o que a outros olhos pode parecer uma coisa em vão, para mim, agora, é repleto de significado: eu aprendi com alguém que ví, apenas duas vezes, que determinação é a chave... nas escadarias do metrô, ou aqui mesmo: dentro de mim. Engraçado como eu sempre soube disto, sem jamais ter sentido isto! Parece que é assim... não adianta falar de determinação... falar de determinação não determina ninguém... não haverá sentido nela, a menos que a gente a sinta...

Agora chove... contemplativo...

Minha estação é a próxima. Esta foi a minha viagem de metrô mais rápida... agora... fico por aqui...